Símbolo do Município, criado em 09 de agosto de 1991.
Música: Irmão Sabino L. Conte (Marista)
Letra: Dayse de Almeida Serpa, Lucy Salete Bortolini Nazaro,
Luiza J. Varaschin Lustosa, Theresinha Acco.
Salve Palmas, torrão de pinheirais
Campos verdes, cenários de beleza
Ventos frios embalam butiazais
Exaltando o Escultor da natureza
Estrib.:
Palmas, Palmas, queremos saudar-te
Centenária cidade de luz
A coluna de Fé a guiar-te
Terra mãe que a nós todos seduz
Pioneirismo alicerça nossa história
Bandeirantes, trabalho, terra e lida
Muitas tropas forjaram verdes glórias
Tradição que se guarda e se cultiva
Solo fértil gerando fartos dons
Invernados em matas e capões
Em pomares, espalham fortes tons
No saber, iluminam vocações
O palmense é coragem e esperança
Respeitando a pioneira tradição
Desenvolve aguerrida esta pujança
Nobre terra portal da Região
OUÇA O HINO A PARTIR DO SITE: http://www.camarapalmas.pr.gov.br/camara.php?link=hino
Este é um espaço para mostrar Palmas do Paraná. Alguns aspectos de sua história, curiosidades, cultura,suas histórias, sob a ótica de uma palmense de coração, Professora aposentada, Pesquisadora na Memória Oral, Poeta e Escritora: Lucy Bortolini Nazaro. Não se trata de um blog oficial sobre o município, mas um espaço que criei para disponibilizar informações às quais tenho acesso.
Bandeira do Município de Palmas-PR
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Palmas-PR. As primeiras expedições e primeiras conquistas. Parte I
Conforme alguns historiadores, no ano de 1810 começou a circular em Guarapuava a notícia da existência de uns campos, separados dos de Guarapuava apenas por um sertão atravessado pelo rio Iguaçu. Esses campos eram chamados de Palmas, por causa da abundância de butiazeiros e palmeiras, por eles disseminados. E, segundo o Coronel José Ignácio Garmendia, supra citado, já em 1808 foi fundada Guarapuava, fazendo desse lugar uma Redução de índios e base de operações para as empresas que se projetavam na época. Várias Expedições partiram, entre 1814 e 1819, com o objetivo de abrir um caminho cortando essas imensas selvas, ligando a zona produtora do Paraná, São Paulo e Minas Gerais com a zona “ganadera” de Vacaria, no Rio Grande do Sul. A expedição, comandada por Atanagildo Pinto Martins, à qual serviu de guia o índio Jongon (ou Yongon), sem suspeitar fez a descoberta dos Campos de Palmas. Como não podiam deter-se para explorá-los, seguiram para Vacaria.
Naquela época, as expedições eram custeadas por sociedades que se uniam para explorar regiões ainda não descobertas. Assim sendo, duas sociedades foram organizadas com o intuito de chegar até os famosos Campos de Palmas, ou Campo do Ibituruna (terra alta, na significação indígena). Uma se uniu em torno de Pedro Siqueira Côrtes e outra em torno de José Ferreira dos Santos, da qual o Padre José Ponciano de Araújo também fazia parte. As duas expedições chegaram aos campos de Palmas em 1839.
Da sociedade de Pedro Siqueira Côrtes faziam parte: Domingos Floriano Machado, José Antônio de Lima Pacheco, Francisco Antônio de Araújo, Jerônimo Luiz Fernandes, Francisco de Oliveira, Francisco de Siqueira, Pedro José Pereira, Francisco Ignácio de Araújo Pimpão, Luiz Alves Carriel, Joaquim José de Oliveira, Pedro Ribeiro de Souza, Joaquim J. Pedroso, Severo Tristão, João Lustosa, Domingos de Siqueira Côrtes, Antônio de Siqueira Côrtes.
Na sociedade de José Ferreira dos Santos, estavam: Padre Ponciano de Araújo, Cypriano José da Silva, Mel Teixeira de Freitas, Domingos de Andrade, José Mathias de Freitas, José Joaquim de Almeida, Cândido José dos Santos, M. Leirias de Almeida, Lúcio Irias de Araújo, M. S. Paio, Lucidoro José de Farias, M. Narciso Bello, Lúcio Dias de Araújo, Cândido Cordeiro de Paula, Francisco Ferreira da Rocha Loures, Severino Tristão Roiz, Joaquim M. de Oliveira Ribas, Antônio de Sá e Camargo, Maria Rita Brandina de Almeida, Jacob Dias de Siqueira, Roberto José S. (tem-se apenas esse registro), (ao todo eram 25 sócios).
Naquela época, as expedições eram custeadas por sociedades que se uniam para explorar regiões ainda não descobertas. Assim sendo, duas sociedades foram organizadas com o intuito de chegar até os famosos Campos de Palmas, ou Campo do Ibituruna (terra alta, na significação indígena). Uma se uniu em torno de Pedro Siqueira Côrtes e outra em torno de José Ferreira dos Santos, da qual o Padre José Ponciano de Araújo também fazia parte. As duas expedições chegaram aos campos de Palmas em 1839.
Da sociedade de Pedro Siqueira Côrtes faziam parte: Domingos Floriano Machado, José Antônio de Lima Pacheco, Francisco Antônio de Araújo, Jerônimo Luiz Fernandes, Francisco de Oliveira, Francisco de Siqueira, Pedro José Pereira, Francisco Ignácio de Araújo Pimpão, Luiz Alves Carriel, Joaquim José de Oliveira, Pedro Ribeiro de Souza, Joaquim J. Pedroso, Severo Tristão, João Lustosa, Domingos de Siqueira Côrtes, Antônio de Siqueira Côrtes.
Na sociedade de José Ferreira dos Santos, estavam: Padre Ponciano de Araújo, Cypriano José da Silva, Mel Teixeira de Freitas, Domingos de Andrade, José Mathias de Freitas, José Joaquim de Almeida, Cândido José dos Santos, M. Leirias de Almeida, Lúcio Irias de Araújo, M. S. Paio, Lucidoro José de Farias, M. Narciso Bello, Lúcio Dias de Araújo, Cândido Cordeiro de Paula, Francisco Ferreira da Rocha Loures, Severino Tristão Roiz, Joaquim M. de Oliveira Ribas, Antônio de Sá e Camargo, Maria Rita Brandina de Almeida, Jacob Dias de Siqueira, Roberto José S. (tem-se apenas esse registro), (ao todo eram 25 sócios).
Palmas-PR. As primeiras expedições e primeiras conquistas. Parte II
Segundo o Resumo de Informes da Comissão de Limites da Argentina-Brasil, do ano de 1887, a verdadeira posse das terras foi feita pela sociedade que tinha à frente o Coronel José Pinto Bandeira, o Brigadeiro Manoel de Oliveira Franco, o Barão de Tibagi, o Major José de Andrade e João da Silva Caran, juntamente com outros. Essa sociedade teria sido a que enviou os dois representantes, Pedro de Siqueira Côrtes e Ferreira dos Santos, para tomar posse dos Campos de Palmas.
Pedro Siqueira Côrtes chegou a um local que denominou São Cristóvão. Ferreira dos Santos, ao local que denominou Alagoa. Tiveram diferenças sobre a posse desse território, porém, chegaram a um acordo, com a ajuda, primeiramente, do Padre Ponciano e, depois, de árbitros nomeados para isso. Tomaram como limites o rio Caldeiras, ficando Siqueira Côrtes com os campos e bosques a oeste do rio e Ferreira dos Santos com o território a leste do mesmo.
Foi de tamanha importância essa conquista que a Assembléia Provincial de São Paulo criou, pela Lei de 1837, uma Companhia de Polícia para dar segurança aos colonizadores, diante da ameaça dos indígenas hostis, oficializando, portanto a descoberta dos Campos de Palmas. Na época, o Governador da Capitania de São Paulo era Rodrigo Cezar de Meneses, que oficiou à Câmara Municipal de Curitiba para que exigisse de Pedro Siqueira Côrtes uma planta da região e um diário de seu percurso, o quejá havia sido feito por Varnhagem.
Em 1855, Palmas subsidiou uma Secção da Cavalaria da Guarda Nacional, com assento na cidade de Castro, que mais tarde foi elevada a Esquadrão sujeito ao mando da Guarda Nacional, sediada em Guarapuava, que, ainda neste ano, foi elevada a Vila com dois Distritos Policiais. Foi criado um Posto de Aduana no Paço do Piquiri Guaçu, onde eram pagos os impostos do gado que vinha do Rio Grande do Sul e do Rio de La Plata, pelo caminho de Nonoai e Guarapuava. Na época da Guerra do Paraguai 1865 - 1870, foram feitas outras explorações no oeste paranaense e foi aberta uma picada até Campinas de Américo.
Pedro Siqueira Côrtes chegou a um local que denominou São Cristóvão. Ferreira dos Santos, ao local que denominou Alagoa. Tiveram diferenças sobre a posse desse território, porém, chegaram a um acordo, com a ajuda, primeiramente, do Padre Ponciano e, depois, de árbitros nomeados para isso. Tomaram como limites o rio Caldeiras, ficando Siqueira Côrtes com os campos e bosques a oeste do rio e Ferreira dos Santos com o território a leste do mesmo.
Foi de tamanha importância essa conquista que a Assembléia Provincial de São Paulo criou, pela Lei de 1837, uma Companhia de Polícia para dar segurança aos colonizadores, diante da ameaça dos indígenas hostis, oficializando, portanto a descoberta dos Campos de Palmas. Na época, o Governador da Capitania de São Paulo era Rodrigo Cezar de Meneses, que oficiou à Câmara Municipal de Curitiba para que exigisse de Pedro Siqueira Côrtes uma planta da região e um diário de seu percurso, o quejá havia sido feito por Varnhagem.
Em 1855, Palmas subsidiou uma Secção da Cavalaria da Guarda Nacional, com assento na cidade de Castro, que mais tarde foi elevada a Esquadrão sujeito ao mando da Guarda Nacional, sediada em Guarapuava, que, ainda neste ano, foi elevada a Vila com dois Distritos Policiais. Foi criado um Posto de Aduana no Paço do Piquiri Guaçu, onde eram pagos os impostos do gado que vinha do Rio Grande do Sul e do Rio de La Plata, pelo caminho de Nonoai e Guarapuava. Na época da Guerra do Paraguai 1865 - 1870, foram feitas outras explorações no oeste paranaense e foi aberta uma picada até Campinas de Américo.
Palmas-PR. As primeiras expedições e primeiras conquistas. Parte III
Em 1877, Palmas foi elevada à categoria de Vila pela Lei nº 484 de 13 de abril. Adolpho Lamenha Lins, Bacharel formado em Direito, Cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa e Presidente da Província do Paraná sancionou a lei decretada pela Assembléia Legislativa Provincial , conforme o que lemos a seguir:
Art. 1º- É elevada à Categoria de Villa a sede da Freguesia de Palmas.
Art. 2º- O Município terá a mesma circunscripção.
Art. 3º- Revogam-se as disposições em contrário.
Mando, portanto, a todas as autoridades a quem o conhecimento e execução dessa Lei pertencer, que a cumpram e façam cumprir, tão inteiramente como nela se contém.
O Secretário desta Província a faça imprimir, publicar e correr.
Palácio da Presidência do Paraná, em 13 de abril de 1877. 56º da Independência e do Império./ Adolpho Lamenha Lins.(L.S.)
Carta de Lei pela qual Vossa Excelência manda executar o Decreto da Assembléia Legislativa elevando à categoria de Vila a freguesia de Palmas, como acima se declara.
Para V. Exa. Ver. Ernesto Moura e Brito a fez.
Sellada e Publicada na secretaria da Presidência do Paraná, em 13 de abril de 1877.
Justiniano de Mello e Silva.
Secretário da Província.
Registrada no Livro respectivo, 2º Secção da secretaria da Presidência do Paraná, em 13 de abril de 1877. O Chefe, Ernesto de Moura Brito.
Art. 1º- É elevada à Categoria de Villa a sede da Freguesia de Palmas.
Art. 2º- O Município terá a mesma circunscripção.
Art. 3º- Revogam-se as disposições em contrário.
Mando, portanto, a todas as autoridades a quem o conhecimento e execução dessa Lei pertencer, que a cumpram e façam cumprir, tão inteiramente como nela se contém.
O Secretário desta Província a faça imprimir, publicar e correr.
Palácio da Presidência do Paraná, em 13 de abril de 1877. 56º da Independência e do Império./ Adolpho Lamenha Lins.(L.S.)
Carta de Lei pela qual Vossa Excelência manda executar o Decreto da Assembléia Legislativa elevando à categoria de Vila a freguesia de Palmas, como acima se declara.
Para V. Exa. Ver. Ernesto Moura e Brito a fez.
Sellada e Publicada na secretaria da Presidência do Paraná, em 13 de abril de 1877.
Justiniano de Mello e Silva.
Secretário da Província.
Registrada no Livro respectivo, 2º Secção da secretaria da Presidência do Paraná, em 13 de abril de 1877. O Chefe, Ernesto de Moura Brito.
Instruções para a Instalação da Câmara Municipal de Palmas, 14 de fevereiro de 1879
O presidente da Província, para cumprimento da lei provincial n° 484, de 13 de abril de 1877, que elevou à categoria de Vila a Freguesia de Palmas, determina nos termos do disposto do Decreto de 13 de novembro de 1832, que para inauguração da nova Vila, se observasse as instruções seguintes: A Câmara Municipal da cidade de Guarapuava, depois de receber os livros das atas da eleição para Vereadores, que se procedeu na freguesia de Palmas, procederá a apuração geral dos votos das mesmas atas e declarará os vereadores eleitos e seus suplentes, e expedirá a cada um dos primeiros uma cópia autêntica da ata da apuração, de conformidade com o artigo 105 da lei de 19 de agosto de 1846 e outras disposições em vigor. Conhecidos, assim, os vereadores da nova Vila, a Câmara Municipal de Guarapuava fixará dia, que não excederá de dois meses a contar desta data, para a reunião e posse dos eleitos, no local da nova Vila e inauguração desta, avisando-os por escrito e fazendo tudo público por editais. No dia designado, o presidente da Câmara Municipal de Guarapuava, com o respectivo secretário, comparecerá no local da nova vila, onde às horas marcadas, achando-se reunidos os vereadores eleitos no paço da Câmara, lhes deferirá juramento e os empossará, fazendo lavrar em livro próprio o auto de sua inauguração que ele e os juramentados assinarão e no qual se consignarão a resolução legislativa, que criou a nova vila, a designação de seus limites, o juramento e posse dos vereadores; publicando este auto por editais. O presidente da nova Câmara empossado tomará o assento que lhe compete no topo da mesa e proclamará que se acha inaugurada a vila de Palmas. Concluindo este ato os membros da nova Câmara, o Presidente da de Guarapuava e os demais cidadãos presentes se dirigirão à Igreja Matriz e ali assistirão ao TE DEUM que será entoado pelo respectivo vigário. A nova Câmara voltando depois ao paço das suas sessões, nomeará os empregados de sua competência e ordenará a arrecadação as contribuições de seu município que anteriormente pertencia ao de Guarapuava. A nova Câmara fará extrair, pelo seu secretário, três cópias autenticadas da ata desse dia para serem enviadas ao Presidente da Província.
Palácio da Presidência do Paraná, 14 de fevereiro de 1879 - Rodrigo Octavio de Oliveira Meneses. Confere - Servindo como Secretário, Ernesto de Moura Brito.
Palácio da Presidência do Paraná, 14 de fevereiro de 1879 - Rodrigo Octavio de Oliveira Meneses. Confere - Servindo como Secretário, Ernesto de Moura Brito.
Palmas-PR. os primeiros anos e a origem do nome. Parte I
Em 1836, no Abarracamento registra-se o primeiro ponto de encontro e local onde se estabeleceram os exploradores, nos campos que foram denominados Lagoa ou Alagoa, à margem direita do rio Chopim, dando início à efetiva ocupação da terra e o início da colonização de Palmas.
Padre Ponciano e José dos Santos teriam sido os primeiros a chegar neste local, na margem esquerda do rio Chopim, no que ficou conhecido como Abarracamento Velho, mas voltaram para Guarapuava em busca de gado e outras necessidades para dar início à colonização. Pedro Siqueira Cortes chegou, também, com sua comitiva. As expedições se defrontaram, pois cada uma queria para si os direitos da descoberta. Devido à prudência do Padre Ponciano, a questão ficou adiada para ser resolvida por árbitros, que cada uma das sociedades deveria escolher. Enquanto isso não acontecia, trataram todos de prevenir-se contra os “selvagens” e, como o local em que estavam não lhes parecia favorável, passaram para outro local, que ficou conhecido como Freguesia Velha, que dista 24km de Palmas.
Durante o ano de 1839, passaram recolhendo animais para os campos, apesar das grandes dificuldades que tinham, falta de estradas e outros empecilhos. Abrigavam o gado onde bem queriam e então recomeçaram as lutas pelo direito da descoberta. Dois árbitros vieram para resolver a questão: o Capitão Domingo Ignácio de Araújo e o Alferes José Caetano de Oliveira, os quais, por motivo de doença, não puderam prestar tal serviço, e recorreram ao Dr. João da Silva Carrão e Joaquim José Pinto Bandeira, ambos de Curitiba, para que viessem dividir os campos entre os interessados. Estes aceitaram a indicação e, em 04 de abril de 1840, partiram de Curitiba e aqui chegaram em 28 de maio do mesmo ano, depois de sérios embaraços, motivados pelo mau estado do caminho e, também, por ser, às vezes, dominados pelos indígenas.
Passando em Guarapuava, encontraram o chefe indígena Condá, recém-chegado com sua gente dos Campos de Palmas. Este acompanhou-os até o ponto onde estavam as duas sociedades. Chegando ao local, os dois árbitros, após acalmarem os ânimos, resolveram a pendência dividindo os campos em duas partes, que passaram a denominar-se Campos de Palmas de Cima e de Baixo, servindo de divisão o rio Caldeiras, sendo que ao poente desse lageado ficou a gente de Pedro Siqueira Cortes e ao nascente a do Padre Ponciano e José Ferreira dos Santos. Segundo José Júlio Cleto da Silva, o centenário de Palmas deveria ter sido comemorado em 1939, um século da conquista e da “posse”.
Padre Ponciano e José dos Santos teriam sido os primeiros a chegar neste local, na margem esquerda do rio Chopim, no que ficou conhecido como Abarracamento Velho, mas voltaram para Guarapuava em busca de gado e outras necessidades para dar início à colonização. Pedro Siqueira Cortes chegou, também, com sua comitiva. As expedições se defrontaram, pois cada uma queria para si os direitos da descoberta. Devido à prudência do Padre Ponciano, a questão ficou adiada para ser resolvida por árbitros, que cada uma das sociedades deveria escolher. Enquanto isso não acontecia, trataram todos de prevenir-se contra os “selvagens” e, como o local em que estavam não lhes parecia favorável, passaram para outro local, que ficou conhecido como Freguesia Velha, que dista 24km de Palmas.
Durante o ano de 1839, passaram recolhendo animais para os campos, apesar das grandes dificuldades que tinham, falta de estradas e outros empecilhos. Abrigavam o gado onde bem queriam e então recomeçaram as lutas pelo direito da descoberta. Dois árbitros vieram para resolver a questão: o Capitão Domingo Ignácio de Araújo e o Alferes José Caetano de Oliveira, os quais, por motivo de doença, não puderam prestar tal serviço, e recorreram ao Dr. João da Silva Carrão e Joaquim José Pinto Bandeira, ambos de Curitiba, para que viessem dividir os campos entre os interessados. Estes aceitaram a indicação e, em 04 de abril de 1840, partiram de Curitiba e aqui chegaram em 28 de maio do mesmo ano, depois de sérios embaraços, motivados pelo mau estado do caminho e, também, por ser, às vezes, dominados pelos indígenas.
Passando em Guarapuava, encontraram o chefe indígena Condá, recém-chegado com sua gente dos Campos de Palmas. Este acompanhou-os até o ponto onde estavam as duas sociedades. Chegando ao local, os dois árbitros, após acalmarem os ânimos, resolveram a pendência dividindo os campos em duas partes, que passaram a denominar-se Campos de Palmas de Cima e de Baixo, servindo de divisão o rio Caldeiras, sendo que ao poente desse lageado ficou a gente de Pedro Siqueira Cortes e ao nascente a do Padre Ponciano e José Ferreira dos Santos. Segundo José Júlio Cleto da Silva, o centenário de Palmas deveria ter sido comemorado em 1939, um século da conquista e da “posse”.
Palmas-PR. os primeiros anos e a origem do nome. Parte II
Foi Atanagildo Pinto Martins quem deu a denominação de Palmas, por existirem então muitas palmeiras e butiazeiros pelos campos.
Durante o espaço de três meses aconteceram outras explorações. Foram descobertos outros campos perto do Rio Uruguai, denominados Campo-Erê. No caminho encontraram também um toldo de índios, capitaneados pelo Cacique Viri, índio este que viria a contribuir, mais tarde, para a colonização de Palmas.
A povoação de Palmas, que teve início em 1840, foi atacada pelos índios em 1843, mas estes foram derrotados. Com a submissão dos indígenas, Palmas progrediu, tendo, em 1844, 37 (trinta e sete) fazendas e um bom número de animais. No ano de 1845, o Presidente da Província incumbiu Francisco da Rocha Loures, que mais tarde foi o Brigadeiro Rocha, a abrir um caminho para o Rio Grande do Sul. Este deixou Guarapuava em 04 de março de 1845, levando consigo o Cacique Condá. O Capitão Hermógenes Carneiro Lobo, que acompanhava Rocha, foi até a Freguesia de Passo Fundo, onde relatou às autoridades o sucesso da expedição.
Durante muitos anos, Palmas pertenceu a Guarapuava, como capela curada, sendo elevada a Freguesia pela Lei nº 22, de 28 fevereiro de 1855, sob a invocação do Senhor Bom Jesus de Palmas; pela Lei nº 484, de 13 de abril de 1877, foi elevada à categoria de Vila. E em 14 de abril de 1879, foi solenemente instalado o município. Pela Lei nº 586, de 16 de abril de 1880, o município foi elevado à categoria de Termo Judiciário, suprimida mais tarde e restaurada pela Lei nº 968, de 02 de novembro de 1889. Somente em 1896, pela Lei nº 233, de 18 de dezembro, recebeu os Foros de Cidade, ficando sede da Comarca e Município. Em 1936, comemorou-se o primeiro centenário da descoberta e conquista dos Campos de Palmas.
Depois do ano de 1840, quando chegaram as primeiras famílias, que passaram a dedicar-se à criação e invernagem do gado, outros imigrantes vieram somar-se a eles, dando início às atividades comerciais e outras, sendo, porém, a atividade pecuária, por muito tempo, a atividade que marcou a sociedade palmense, com características específicas até nossos dias.
Durante o espaço de três meses aconteceram outras explorações. Foram descobertos outros campos perto do Rio Uruguai, denominados Campo-Erê. No caminho encontraram também um toldo de índios, capitaneados pelo Cacique Viri, índio este que viria a contribuir, mais tarde, para a colonização de Palmas.
A povoação de Palmas, que teve início em 1840, foi atacada pelos índios em 1843, mas estes foram derrotados. Com a submissão dos indígenas, Palmas progrediu, tendo, em 1844, 37 (trinta e sete) fazendas e um bom número de animais. No ano de 1845, o Presidente da Província incumbiu Francisco da Rocha Loures, que mais tarde foi o Brigadeiro Rocha, a abrir um caminho para o Rio Grande do Sul. Este deixou Guarapuava em 04 de março de 1845, levando consigo o Cacique Condá. O Capitão Hermógenes Carneiro Lobo, que acompanhava Rocha, foi até a Freguesia de Passo Fundo, onde relatou às autoridades o sucesso da expedição.
Durante muitos anos, Palmas pertenceu a Guarapuava, como capela curada, sendo elevada a Freguesia pela Lei nº 22, de 28 fevereiro de 1855, sob a invocação do Senhor Bom Jesus de Palmas; pela Lei nº 484, de 13 de abril de 1877, foi elevada à categoria de Vila. E em 14 de abril de 1879, foi solenemente instalado o município. Pela Lei nº 586, de 16 de abril de 1880, o município foi elevado à categoria de Termo Judiciário, suprimida mais tarde e restaurada pela Lei nº 968, de 02 de novembro de 1889. Somente em 1896, pela Lei nº 233, de 18 de dezembro, recebeu os Foros de Cidade, ficando sede da Comarca e Município. Em 1936, comemorou-se o primeiro centenário da descoberta e conquista dos Campos de Palmas.
Depois do ano de 1840, quando chegaram as primeiras famílias, que passaram a dedicar-se à criação e invernagem do gado, outros imigrantes vieram somar-se a eles, dando início às atividades comerciais e outras, sendo, porém, a atividade pecuária, por muito tempo, a atividade que marcou a sociedade palmense, com características específicas até nossos dias.
Curiosidades sobre a Vila de Palmas, século XIX. Parte I
A Vila de Palmas, em 1877, consistia em uma praça rodeada por casas, uma igreja, ainda por terminar, uma escola, uma estação telegráfica que permitia a comunicação com Guarapuava e Curitiba, e oitenta e seis casas, a maioria de madeira. Boa Vista, Campoerê e a Colônia do Chopim pertenciam a Palmas. A população do município era significativa para a época. Palmas tinha 550 (quinhentos e cinqüenta) habitantes; Boa Vista, 310 (trezentos e dez); Campo Erê, 271 (duzentos e setenta e um); Colônia do Chopim, 289 (duzentos e oitenta e nove); e a Comarca entre Boa Vista e Campo Erê, mais 127 (cento e vinte e sete) habitantes. 100 (cem) índios moravam em toldos, dentro do Município de Palmas, naquela época.
No tocante à “ganaderia” (fazendas), se compunha de 38.000 (trinta e oito mil) gado vacum; 51.000 (cinqüenta e um mil) cavalos; 5.600 (cinco mil e seiscentas) mulas; 450 (quatrocentas e cinqüenta) ovelhas e 3.000 (três mil) cerdos suínos.
Os caminhos que convergiam para Palmas, que era o centro desse território, levavam de Palmas a União da Vitória; de Guarapuava, por Palmas, até Nonoai; de Palmas ao Chopim e Guarapuava; de Palmas a São João; pelo Passo Belarmino; de Palmas a Campo Erê, Campinas de Américo, São Pedro e Puerto Piray, sobre o Rio Paraná.
A Colônia Militar do Chopim foi fundada em 27/12/1882 e ficava a 112km (cento e doze) a Noroeste de Palmas, e ficou ao mando do Capitão Alberto Ferreira de Abreu. Essa zona de Palmas, povoada pelos brasileiros, tinha para eles uma grande importância. Era o caminho mais vantajoso para conduzir o gado de suas fazendas, desde Vacaria, pela picada de Nonoai, até Guarapuava, que em outros tempos era feito com grandes dificuldades, com o pagamento de Duanas, pelo Estado de Santa Catarina e pela rota do litoral, sobre as costas do Atlântico.
No tocante à “ganaderia” (fazendas), se compunha de 38.000 (trinta e oito mil) gado vacum; 51.000 (cinqüenta e um mil) cavalos; 5.600 (cinco mil e seiscentas) mulas; 450 (quatrocentas e cinqüenta) ovelhas e 3.000 (três mil) cerdos suínos.
Os caminhos que convergiam para Palmas, que era o centro desse território, levavam de Palmas a União da Vitória; de Guarapuava, por Palmas, até Nonoai; de Palmas ao Chopim e Guarapuava; de Palmas a São João; pelo Passo Belarmino; de Palmas a Campo Erê, Campinas de Américo, São Pedro e Puerto Piray, sobre o Rio Paraná.
A Colônia Militar do Chopim foi fundada em 27/12/1882 e ficava a 112km (cento e doze) a Noroeste de Palmas, e ficou ao mando do Capitão Alberto Ferreira de Abreu. Essa zona de Palmas, povoada pelos brasileiros, tinha para eles uma grande importância. Era o caminho mais vantajoso para conduzir o gado de suas fazendas, desde Vacaria, pela picada de Nonoai, até Guarapuava, que em outros tempos era feito com grandes dificuldades, com o pagamento de Duanas, pelo Estado de Santa Catarina e pela rota do litoral, sobre as costas do Atlântico.
Curiosidades sobre a Vila de Palmas. Séc. XIX. Parte II
No ano de 1876, em 15 de março, foi enviado um abaixo-assinado, com a ajuda do Padre Vigário, José Bilbao, pelo segundo juíz de Paz, Napoleão Marcondes de França e pelo primeiro Juíz de Paz, Frederico Teixeira Guimarães, juntamente com uma enorme lista de comerciantes, proprietários e fazendeiros, entre outros, para o Governo Provincial, solicitando, através da Assembléia Legislativa, a determinação das linhas divisórias entre a Província do Paraná e Santa Catarina, assunto já tratado anteriormente, mas sem resultados efetivos, apesar dos esforços do Deputado Euphrásio Corrêa. Queixavam-se de que os catarinenses incomodavam a população de Palmas, já dirigindo ofícios e ordens às autoridades, procurando criar repartições fiscais, pelo que os palmenses preferiram abandonar seus interesses do que passar para o domínio de Santa Catarina.
Solicitavam que a linha divisória fosse a natural, como por exemplo o Rio do Peixe, que corre entre Palmas e Campos Novos e vai desaguar em Goyo-En. Essa carta foi enviada à Câmara Municipal de Guarapuava, em 12/4/1876, para o Exmo. Dr. Adolpho Lamenha Lins, Presidente da Província do Paraná; para José de Freitas Saldanha; Pedro Alves da Rocha Loures, Manoel Paulino Ayres de Aguirra, Valentin Pereira de Oliveira, e Pedro Antônio de Oliveira, augustos e digníssimos senhores representantes da Nação.
Solicitavam que a linha divisória fosse a natural, como por exemplo o Rio do Peixe, que corre entre Palmas e Campos Novos e vai desaguar em Goyo-En. Essa carta foi enviada à Câmara Municipal de Guarapuava, em 12/4/1876, para o Exmo. Dr. Adolpho Lamenha Lins, Presidente da Província do Paraná; para José de Freitas Saldanha; Pedro Alves da Rocha Loures, Manoel Paulino Ayres de Aguirra, Valentin Pereira de Oliveira, e Pedro Antônio de Oliveira, augustos e digníssimos senhores representantes da Nação.
Termo da Bênção da Igreja Matriz de Palmas em 06 de maio de 1883.
Termo da Benção da Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus do Campo de Palmas da Província do Paraná.
Aos seis dias do mês de maio do ano do Nascimento do Nosso Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos e oitenta e três, nesta Vila de Palmas Comarca de Guarapuava da Província do Paraná e Bispado de São Paulo, sendo presente eu, Padre Achilles Sapority, Vigário encomendado da paróquia, autorizado por despacho de dez de março do corrente ano do Exmo. e Revmo. Dr. Lino Deodato Rodrigues de Carvalho e de trinta do mesmo mês e ano, do muito Revdo. Sr Padre Julio Ribeiro dos Campos, Vigário Geral Floranse nesta Província, perante a Câmara Municipal desta Vila, composta dos cidadãos Capitão Firmino Teixeira Baptista, Presidente, e dos Vereadores Capitão Napoleão Marcondes de França, Domingos Ferreira Maciel Sobrinho; Manoel Luiz de Souza, João Caetano da Silva e, do Juiz Municipal 1º suplente em jurisdição pleno, no Termo, Major Arlindo Silveira Miró e mais pessoas, benzi com as formalidades prescritas no Ritual Romano a supra dita Igreja Matriz, que tem por oráculo o Senhor Bom Jesus da Coluna; o que para constar a todo o tempo lavrei o presente termo que subscrevo e assino com as pessoas acima declaradas.
Eu Padre Achilles Sapority, Vigário Encomendado da paróquia, Firmino Teixeira Baptista, Presidente da Câmara, Napoleão Marcondes de França, João Caetano da Silva, Domingos Ferreira Maciel Sobrinho, Manoel Luiz da Silva, digo, Manoel Luiz de Souza e Arlindo Silveira Miró. Confere. Vila de Palmas 10 de maio de 1883.
O Vigário Achilles Sapority.
Aos seis dias do mês de maio do ano do Nascimento do Nosso Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos e oitenta e três, nesta Vila de Palmas Comarca de Guarapuava da Província do Paraná e Bispado de São Paulo, sendo presente eu, Padre Achilles Sapority, Vigário encomendado da paróquia, autorizado por despacho de dez de março do corrente ano do Exmo. e Revmo. Dr. Lino Deodato Rodrigues de Carvalho e de trinta do mesmo mês e ano, do muito Revdo. Sr Padre Julio Ribeiro dos Campos, Vigário Geral Floranse nesta Província, perante a Câmara Municipal desta Vila, composta dos cidadãos Capitão Firmino Teixeira Baptista, Presidente, e dos Vereadores Capitão Napoleão Marcondes de França, Domingos Ferreira Maciel Sobrinho; Manoel Luiz de Souza, João Caetano da Silva e, do Juiz Municipal 1º suplente em jurisdição pleno, no Termo, Major Arlindo Silveira Miró e mais pessoas, benzi com as formalidades prescritas no Ritual Romano a supra dita Igreja Matriz, que tem por oráculo o Senhor Bom Jesus da Coluna; o que para constar a todo o tempo lavrei o presente termo que subscrevo e assino com as pessoas acima declaradas.
Eu Padre Achilles Sapority, Vigário Encomendado da paróquia, Firmino Teixeira Baptista, Presidente da Câmara, Napoleão Marcondes de França, João Caetano da Silva, Domingos Ferreira Maciel Sobrinho, Manoel Luiz da Silva, digo, Manoel Luiz de Souza e Arlindo Silveira Miró. Confere. Vila de Palmas 10 de maio de 1883.
O Vigário Achilles Sapority.
Livros publicados por Palmenses (residentes em Palmas). Dos mais antigos aos mais recentes.
- Tic e Trac. (Lucy Bortolini Nazaro)
- Uma Análise Geopolítica da Questão de Palmas (José Tadeu Campos de Araujo Filho)
- Causos do Coração de Minha Terra. (Lucy Bortolini Nazaro)
- Muitas Vidas em Uma Vida (Lucy Bortolini Nazaro)
- Em Busca da felicidade (Lucy Bortolini Nazaro)
- O Riso da Noite Escura. Crônicas e Misturas (Lucy Bortolini Nazaro)
- Quimeras (Lucy Bortolini Nazaro)
- Reminiscências (José de Araújo Bauer)
- Quem tem Medo de Gatos? E outras estórias (Lucy Bortolini Nazaro)
- Asas do tempo (Luiza Josefina Varaschin Lustosa)
- Palmas, uma História de Fé, Luta e Garra de um Povo (Lucy Bortolini Nazaro)
- Vôo de Papel (Lucy Bortolini Nazaro)
- Amor e Paixão (Lucy Bortolini Nazaro)
- Castro Alves, Parcelas da História de um Poeta Condoreiro(Lucy Bortolini Nazaro)
- Os Óculos Biônicos do Rei (Theresinha Acco)
- Caçadores do Norte (Theresinha Acco)
- Recordações (Luiza Josefina Varaschin Lustosa)
- Gotas de Chuva (Lucy Bortolini Nazaro)
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