A Cavalhada é um espetáculo que revive a luta entre os Cristãos e Mouros da Idade Média, em terras da Europa.
Origem
No século VIII, os árabes invadiram a Espanha, comandados por Tárik, cruzando a coluna de Hércules (Gibraltar) para abandoná-la por completo somente no século XV, com a derrota e a conquista do último reduto árabe- Granada - pelos soldados de reis cristãos.
Sequiosos de novas conquistas, tentaram, os adeptos da religião de Maomé, tentaram ultrapassar as fronteiras e invadir também a França, onde foram contidos pelo exército de Carlos Martel, na célebre batalha de Poitiers, no ano de 732. Graças à ferrenha luta desencadeada pelos franceses contra os árabes, impediu-se o plano de maior dominação muçulmana no continente europeu.
Carlos Magno (neto de C. Martel) combateu incessantemente os Mouros em terras de Espanha, principalmente nas regiões da Catalunha e Barcelona, impedindo a expansão mourisca.
Nos últimos anos do reinado de Carlos Magno, na França, nasceram as cavalhadas, com a finalidade de reviver a vitória do Cristianismo sobre o Islamismo.
Expulsos os mouros, definitivamente da Europa no século XVI, as cavalhadas tornaram-se espetáculos constantes, simbolizando as vitórias dos cristãos sobre os invasores.
Dos países ibéricos - Portugal e Espanha - a tradição veio para o Brasil, tornando-se muito comum no período colonial.
Sobre as cavalhadas no Paraná existem registros expressivos e notas significativas que demonstram a existência das tradições coloniais-brasileiras, que aqui se perpetuaram. E, em Palmas, sempre foram objeto de atenção por parte de estudiosos do folclore paranaense e brasileiro, pois mantiveram as características básicas, peculiares à festa tradicional e popular, numa viva evocação das lutas da Reconquista, onde se pode sentir o movimento, a coragem, a elegância, a força como meras potências das realidades que foram outrora de combates, de guerras de sangue e de morte.
9.3.2. Cavalhadas. Nota explicativa
Luta simulada, na qual os participantes, em número de vinte e quatro, representam, através de evoluções eqüestres, uma batalha de fundo religioso, que acaba sendo vencida pelos cristãos, após a Tomada do Castelo na praça e a Submissão dos Mouros ao Cristianismo.
O colorido resplandecente das vestes se confunde com a elegância e o arrojo dos cavaleiros.
No início, acontecem diálogos, desafios trocados entre as embaixadas dos Mouros e dos Cristãos.
Os Mouros são simbolizados pela cor vermelha e têm como emblema a lua crescente. Nesse vermelho há uma declaração de guerra, uma significação bélica ao lado do maravilhoso e da soberba do Oriente. Os Cristãos usam a cor azul e seu emblema é a cruz. No azul cristão há uma invocação mística, uma evocação à pureza da cor do céu. As lutas terminam sempre com a derrota e conversão dos Mouros. No final, se dá a festa de confraternização.
9.3.3. Desenvolvimento
No início, há escaramuça e rapto da rainha. Os Cristãos, em nome da paz, tentam resgatar a rainha; os Mouros respondem com ameaças de guerra. A luta só termina com a derrota e conversão dos Mouros.
Cavaleiros a galope entram na praça de guerra, dividem duas filas sob a chefia do Mantenedor. A saudação às autoridades é feita pelos participantes, mouros e cristãos, em conjunto, se dirigem ao palanque oficial, e tem início a cavalhada.
9.3.4. Evolução
1ª parte figurativa, dramatizada - entrada dos Mouros; entrada dos Cristãos; embaixadas.
2ª parte figurativa - embaixadas de lutas em conjunto e individuais- Guerrilhas, retirada dos Mouros, perseguição cristã, ocupação moura do castelo, tomada do castelo, prisão dos Mouros, defesa do Castelo formação de quatro pelotões; defesa e guarda de campo; quebra garupa; quatro tornos; Alcancilhos de lança e pistola. Entrevero.
3ª parte figurativa de um torneio rústico (popular) - festa de confraternização, limpeza do campo; sorte das cabeças; sorte das argolinhas.
9.3.5. Desenvolvimento (2)
1ª Figura da cavalhada: rapto da Rainha: cavaleiros de ambos os lados preparam-se para iniciar a luta. Cruzam-se pela diagonal no centro da praça. Durante o combate, a rainha cristã é aprisionada pelos mouros e encerrada no castelo, onde permanecerá até o final da luta, quando será libertada pelos cristãos (música).
2ª figura: Embaixadas: o mantenedor cristão envia sua embaixada ao campo mouro com o propósito de parlamentar e tentar reaver a Rainha cristã aprisionada, sem que haja derramamento de sangue e morte de ambos os lados. Sucessivas trocas de embaixadas são realizadas com as respectivas mensagens, sem solução pacífica (falam).
3ª figura: simulando combates, através de evoluções, os cavaleiros digladiantes demonstram, a par de sua destreza eqüestre, a excelência de suas montarias, a habilidade no manejo de três armas: lança, espada e pistola.
A primeira dessas evoluções chama-se quatro tornus. Ambas as colunas reencontram-se no meio da praça de guerra, utilizando-se das diagonais do campo. Por duas vezes, com ímpeto, remetem para o combate, com suas respectivas armas (música).
4ª figura: a coluna inteira dos cristãos e dos mouros cruzam a linha do centro da praça de guerra e prosseguem no combate, digladiando-se duas vezes, evocando cenas de lutas entre cavaleiros de hostes guerreiras de outrora (música).
5ª figura: de quatro pelotões - os cavaleiros agora combatem aos pares, com as respectivas armas, cruzando-se pelo centro do campo, numa demonstração de destreza e agilidade de contendores (música).
6ª figura: alcancilhos de espada - combates individuais singulares entre cavaleiros mouros e cristãos. Cada cavaleiro luta com seu respectivo adversário, digladiando-se com a espa (música).
7ª figura: dois corações - Mouros e cristãos, em fila inteira, encontram-se pela diagonal da praça de guerra, realizando movimentos evolutivos, artísticos e dinâmicos, de tal forma que dão a impressão de dois corações que se abrem (música).
8ª figura: tomada do castelo - com o retorno dos cristãos ao campo, desenvolve-se o episódio final, figurativo da luta - a tomada do castelo - visando a libertação da rainha com a conseqüente derrota dos mouros (música).
9ª figura: prisão e conversão dos mouros - vitorioso o ataque, a Rainha é libertada; os mouros são aprisionados e, no centro da praça de guerra, são convertidos ao cristianismo (falam).
10ª figura: despedida - cavaleiros cristãos e mouros já confraternizados, montam seus cavalos e dirigem-se ao palanque oficial, a fim de apresentarem suas despedidas às autoridades e ao público presente (música).
Informações do livro "Palmas, Terra do Povo Pé Vermelho" (por publicar), de Lucy Bortolini Nazaro
Origem
No século VIII, os árabes invadiram a Espanha, comandados por Tárik, cruzando a coluna de Hércules (Gibraltar) para abandoná-la por completo somente no século XV, com a derrota e a conquista do último reduto árabe- Granada - pelos soldados de reis cristãos.
Sequiosos de novas conquistas, tentaram, os adeptos da religião de Maomé, tentaram ultrapassar as fronteiras e invadir também a França, onde foram contidos pelo exército de Carlos Martel, na célebre batalha de Poitiers, no ano de 732. Graças à ferrenha luta desencadeada pelos franceses contra os árabes, impediu-se o plano de maior dominação muçulmana no continente europeu.
Carlos Magno (neto de C. Martel) combateu incessantemente os Mouros em terras de Espanha, principalmente nas regiões da Catalunha e Barcelona, impedindo a expansão mourisca.
Nos últimos anos do reinado de Carlos Magno, na França, nasceram as cavalhadas, com a finalidade de reviver a vitória do Cristianismo sobre o Islamismo.
Expulsos os mouros, definitivamente da Europa no século XVI, as cavalhadas tornaram-se espetáculos constantes, simbolizando as vitórias dos cristãos sobre os invasores.
Dos países ibéricos - Portugal e Espanha - a tradição veio para o Brasil, tornando-se muito comum no período colonial.
Sobre as cavalhadas no Paraná existem registros expressivos e notas significativas que demonstram a existência das tradições coloniais-brasileiras, que aqui se perpetuaram. E, em Palmas, sempre foram objeto de atenção por parte de estudiosos do folclore paranaense e brasileiro, pois mantiveram as características básicas, peculiares à festa tradicional e popular, numa viva evocação das lutas da Reconquista, onde se pode sentir o movimento, a coragem, a elegância, a força como meras potências das realidades que foram outrora de combates, de guerras de sangue e de morte.
9.3.2. Cavalhadas. Nota explicativa
Luta simulada, na qual os participantes, em número de vinte e quatro, representam, através de evoluções eqüestres, uma batalha de fundo religioso, que acaba sendo vencida pelos cristãos, após a Tomada do Castelo na praça e a Submissão dos Mouros ao Cristianismo.
O colorido resplandecente das vestes se confunde com a elegância e o arrojo dos cavaleiros.
No início, acontecem diálogos, desafios trocados entre as embaixadas dos Mouros e dos Cristãos.
Os Mouros são simbolizados pela cor vermelha e têm como emblema a lua crescente. Nesse vermelho há uma declaração de guerra, uma significação bélica ao lado do maravilhoso e da soberba do Oriente. Os Cristãos usam a cor azul e seu emblema é a cruz. No azul cristão há uma invocação mística, uma evocação à pureza da cor do céu. As lutas terminam sempre com a derrota e conversão dos Mouros. No final, se dá a festa de confraternização.
9.3.3. Desenvolvimento
No início, há escaramuça e rapto da rainha. Os Cristãos, em nome da paz, tentam resgatar a rainha; os Mouros respondem com ameaças de guerra. A luta só termina com a derrota e conversão dos Mouros.
Cavaleiros a galope entram na praça de guerra, dividem duas filas sob a chefia do Mantenedor. A saudação às autoridades é feita pelos participantes, mouros e cristãos, em conjunto, se dirigem ao palanque oficial, e tem início a cavalhada.
9.3.4. Evolução
1ª parte figurativa, dramatizada - entrada dos Mouros; entrada dos Cristãos; embaixadas.
2ª parte figurativa - embaixadas de lutas em conjunto e individuais- Guerrilhas, retirada dos Mouros, perseguição cristã, ocupação moura do castelo, tomada do castelo, prisão dos Mouros, defesa do Castelo formação de quatro pelotões; defesa e guarda de campo; quebra garupa; quatro tornos; Alcancilhos de lança e pistola. Entrevero.
3ª parte figurativa de um torneio rústico (popular) - festa de confraternização, limpeza do campo; sorte das cabeças; sorte das argolinhas.
9.3.5. Desenvolvimento (2)
1ª Figura da cavalhada: rapto da Rainha: cavaleiros de ambos os lados preparam-se para iniciar a luta. Cruzam-se pela diagonal no centro da praça. Durante o combate, a rainha cristã é aprisionada pelos mouros e encerrada no castelo, onde permanecerá até o final da luta, quando será libertada pelos cristãos (música).
2ª figura: Embaixadas: o mantenedor cristão envia sua embaixada ao campo mouro com o propósito de parlamentar e tentar reaver a Rainha cristã aprisionada, sem que haja derramamento de sangue e morte de ambos os lados. Sucessivas trocas de embaixadas são realizadas com as respectivas mensagens, sem solução pacífica (falam).
3ª figura: simulando combates, através de evoluções, os cavaleiros digladiantes demonstram, a par de sua destreza eqüestre, a excelência de suas montarias, a habilidade no manejo de três armas: lança, espada e pistola.
A primeira dessas evoluções chama-se quatro tornus. Ambas as colunas reencontram-se no meio da praça de guerra, utilizando-se das diagonais do campo. Por duas vezes, com ímpeto, remetem para o combate, com suas respectivas armas (música).
4ª figura: a coluna inteira dos cristãos e dos mouros cruzam a linha do centro da praça de guerra e prosseguem no combate, digladiando-se duas vezes, evocando cenas de lutas entre cavaleiros de hostes guerreiras de outrora (música).
5ª figura: de quatro pelotões - os cavaleiros agora combatem aos pares, com as respectivas armas, cruzando-se pelo centro do campo, numa demonstração de destreza e agilidade de contendores (música).
6ª figura: alcancilhos de espada - combates individuais singulares entre cavaleiros mouros e cristãos. Cada cavaleiro luta com seu respectivo adversário, digladiando-se com a espa (música).
7ª figura: dois corações - Mouros e cristãos, em fila inteira, encontram-se pela diagonal da praça de guerra, realizando movimentos evolutivos, artísticos e dinâmicos, de tal forma que dão a impressão de dois corações que se abrem (música).
8ª figura: tomada do castelo - com o retorno dos cristãos ao campo, desenvolve-se o episódio final, figurativo da luta - a tomada do castelo - visando a libertação da rainha com a conseqüente derrota dos mouros (música).
9ª figura: prisão e conversão dos mouros - vitorioso o ataque, a Rainha é libertada; os mouros são aprisionados e, no centro da praça de guerra, são convertidos ao cristianismo (falam).
10ª figura: despedida - cavaleiros cristãos e mouros já confraternizados, montam seus cavalos e dirigem-se ao palanque oficial, a fim de apresentarem suas despedidas às autoridades e ao público presente (música).
Informações do livro "Palmas, Terra do Povo Pé Vermelho" (por publicar), de Lucy Bortolini Nazaro
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